Orí Inú (Eu interior) e Eléèdá (Destino pessoal trazido pelo Odù Òrìsà individual) estão relacionados intimamente.
Nos conta Ifá em uma Ìtòn Orí Òfúnkònròn em sua tradução para o Português:
"Ao amanhecer Olókònròn não colocou sua coroa. Não colocou em seu pescoço seu ilèké nlá (Grande Colar) que revela sua realeza. Não vestiu roupas especiais de ide. É com nobreza que se trata o nobre. É com sabedoria que se trata o sábio. Quando o mais velho parte, fica o mais novo em sue lugar. É com prosperidade que se cresce na vida. Orí que será coroado não precisa ser grande. O pescoço que ostentará o colar da nobreza não precisa ser grande nem cumprido. O corpo que vestirá o vestido com roupa de ide não precisa ser grande. Foram eles que fizeram um Jogo Divinatório para Orí no dia em que ele estava vindo do Òrun para o Àiyé.
Orí perdeu-se e foi consultar Egúngún. Orí perdeu-se e foi consultar Oró. Orí perdeu-se e foi consultar Ifá, que é quem indica o caminho do Ser. Eléèdá, o Destino, indica ao Ser um bom lugar. Aquele que vem para o Mundo e deseja Ter sorte na vida deve perguntar à Ifá. O Ser que vem ao Mundo e quer ser importante deve deixar espaços para fazer perguntas. Não respeitar os conselhos dos outros, não respeitar as pessoas que podem orientar, deixar de perguntar pelo caminho é o que faz o homem se perder. Orí o grande teimoso. Òrìsà chamou Orí. Ele diz que Orí não tem sabedoria: - Você não sabe que Òsó é o líder dos feiticeiros? - Você não sabe que Ajé é a líder das bruxas?
O Ser é quem dá origem ao Ser. O animal é que dá origem ao animal. - Orí, você não sabe que a mosca, antes de vir ao Mundo, consultou Ifá? - E que quando o pássaro vem ao Mundo, antes de vir, consulta Ifá? - Você sabe que nem as árvores que estão na floresta vieram ao Mundo sem antes consultar Ifá? - E que as folhas também não vieram ao Mundo sem antes consultar Ifá? Sòngó diz que quando você fala em sabedoria a uma pessoa e ela não entende, pode ser chamada de Ko Si (não sabe - ignorante). Orí se cansou. Orí pensou muito e ficou cansado com seus problemas. Ele não sabia o que falar. Não sabia o que fazer. Quem não pergunta por nossos problemas não saberá de nossos problemas.
Ògún chamou Orí:
Aquele para quem você se esforça para transmitir sabedoria e não chega a ser sábio (não aprende) é como uma árvore que não responde; - Aquele que você se esforça para transmitir conhecimentos e não chega a Ter conhecimento é como uma palmeira em uma floresta; - Aquele cuja sensibilidade você estimula e não chega a ser sensível é como uma árvore na qual se esbarra. - Aquele a quem você indica o caminho e não reconhece o caminho é como uma árvore a que prestasse um favor. Ògún ainda diz para Orí: - Já te dei sabedoria. Agora procure mais sabedoria e junte à que já te dei. - Já te dei conhecimentos. Agora procure mais conhecimentos e junte aos que já te dei.
- Aquele para quem você se esforça para transmitir sabedoria e não chega a ser sábio (não aprende) é como uma árvore que não responde; - Aquele que você se esforça para transmitir conhecimentos e não chega a Ter conhecimento é como uma palmeira em uma floresta; - Aquele cuja sensibilidade você estimula e não chega a ser sensível é como uma árvore na qual se esbarra. - Aquele a quem você indica o caminho e não reconhece o caminho é como uma árvore a que prestasse um favor. Ògún ainda diz para Orí: - Já te dei sabedoria. Agora procure mais sabedoria e junte à que já te dei. - Já te dei conhecimentos. Agora procure mais conhecimentos e junte aos que já te dei.
Èsú lhe disse: - Quem tem prosperidade no Mundo tem que separar a parte de Èsú. - Quem quiser procriar no Mundo não deve deixar Èsú para trás. E perguntou para Orí: - Você não sabe que eu sou o mensageiro de Elédùmarè? - E que sou eu quem estou atrapalhando seu caminho? - Que sou eu que estou te empurrando para todos os caminhos? Orí deu-lhe as costas e foi indo embora. Èsú o chamou para que voltasse. Disse-lhe que quando uma pessoa faz uma pergunta, deve aguardar a resposta. Èsú mandou que Orí o acompanhasse e o levou para a casa de Òrúnmìlà. Na casa de Ifá, Èsú deu para Orí um búzio para que ele falasse nele os seus problemas. Orí falou no búzio seus problemas e entregou a Òrúnmìlà. Òrúnmìlà fez o jogo. O que apareceu foi um símbolo de que Orí se perdera no caminho.
Òrúnmìlà disse: - Orí, você se perdeu muito e foi parar no infinito. Sofreu tanto que já está perdendo os cabelos. - Você andou e foi para na casa de Sòngó. - Você andou e foi parar na casa de Ògún. Falaram com você pro metáforas e símbolos e você não entendeu. A terceira pessoa, que é Èsú, foi quem te trouxe aqui. - Você não sabe que ninguém vai para o Mundo sem antes consultar Ifá? - Você não sabe que ninguém faz nada se deixar para trás a importância de seu Orí? - Você não sabe que ninguém faz nada sem pedir consentimento de seu destino? Òrúnmìlà pediu que Orí providenciasse os seguintes elementos para Ifá: 2 camundongos; 2 peixes; 1 galo ou galinha grande; 1 cabra com chifres grandes; obi grande; orógbó grande sèkèté ( um tipo de aguardente).
Òrúnmìlà recomendou que Orí oferecesse um galo para Èsú. Òrúnmìlà recomendou que Orí oferecesse um obi de três partes e água fresca para seu Eléèdá. Orí providenciou tudo. Fez as oferendas para Ifá, para Èsú e para seu Eléèdá, conforme instruído por Ifá. Após as oferendas Ifá respondeu para Orí: - O seu problema não está nem com Egúngún nem com Òrìsà. Seu problema é com seu Eléèdá. Se o homem tem prosperidade na vida agradeça a seu Orí. Se o homem tem progresso na vida agradeça a seu Orí. O homem deve venerar seu Orí porque ele é o primordial entre os Òrìsà. Orí é o mais velho dos Òrìsà. Òrúnmìlà chamou Èsú e mandou que indicasse o caminho para Orí. Quando Èsú chegou a encruzilhada que liga o Òrun ao Àiyé, mostrou o caminho que Orí deveria seguir para encontrar seu Destino. E mandou que ele seguisse esse caminho entoando a seguinte cantiga:
"Meu problema não é com Egúngún; Meu problema não é com Òrìsà; Meu problema é com meu Eléèdá"
Devemos observar que Orí recebe ensinamentos de Èsú, Sàngó, Ògún e Òrúnmìlà. Ògún enfatiza que o esforço do Mestre não é suficiente para desenvolver o Aprendiz. Tem que haver o empenho de ambos e determinada tarefa do Mestre, cabe ao Aprendiz dar continuidade a busca de mais conhecimentos, pois para ele caberá o trabalho de levar conhecimento para outras pessoas. Èsú mostra para Orí a necessidade de perguntar, sanar dúvidas e aguardar a resposta. Deixa ele claro também que uma das coisas que fez por desorientar Orí foi a negligência no trato com Èsú. Já Òrúnmìlà, além de enfatizar que os ensinamentos dados por Èsú e Ògún salienta a necessidade de Orí seguir conselhos de quem orienta. Acatado por Orí todos os conselhos e ensinamentos, mesmo assim é recomendado que ele retorne para ao Àiyé repetindo, para não se esquecer, que seus problemas e respectivas soluções serão encontradas na sua relação com seu Eléèdá.
ORIKI ORI
Ori nikan
Lo to Alasan ba r okun
Bi mo ba lowo lowo
Ori ni n o ro fun
Orii mi, iwo ni
Bi mo ba bimo laye
Ori ni n o ro fun
Orii mi iwo ni
Ire gbogbo ti mo ba ni laye
Ori ni n o ro fun
Orii mi, iwo ni
Somente o Orí
acompanha se devoto a todos os lugares da terra
Para eu ter dinheiro,
É Orí quem decide conceder a benção
Meu Orí, é você
Para que eu tenha filhos na terra
É Orí quem decide conceder a benção
Meu Orí, é você,
Tudo de bom eu terei sobre a terra
It is Ori he will praise
Meu Orí,minha benção, é você.
Entendendo o Orì:
UMA DAS MAIS IMPORTANTES DIVINDADES NA COMPREENSÃO DAS CRENÇAS YORUBAS É ORI. ORI É O GUIA DE CADA UM E DE TODOS PARA O SUCESSO NESTE MUNDO E TAMBÉM NO OUTRO (CÉU-ORUN). ORI É O ORIXÁ SUPREMO QUE SOMENTE SE ABAIXA PARA OLODUMARE (OLORUN). MUITAS PESSOAS, NESTE PAÍS, ENVOLVIDAS NESTA RELIGIÃO, NÃO TÊM CONHECIMENTO DE ORI. E UMA PESSOA SEM CABEÇA É UMA PESSOA SEM DIREÇÃO. DEVEMOS NOTAR QUE A CABEÇA É EM GERAL A PRIMEIRA A ENTRAR NESTE MUNDO, E É O RECIPIENTE OU RESIDÊNCIA DE TODAS AS ESCOLHAS (OPÇÕES).
QUEM É ESTE ORÌ?
ORI-ISESÉ (CABEÇA - O DESIGNANTE), TAMBÉM ORI-OORO (CABEÇA AO AMANHECER), ORI AKOKO (A PRIMEIRA CABEÇA) OU SIMPLESMENTE ORI (CABEÇA), É ESTE O PRIMEIRO E MAIS IMPORTANTE ORIXÁ NO ORUN. E POR CAUSA DE SEU LUGAR PRIMORDIAL, ORI-ISESÉ TEM JURISDIÇÃO SOBRE ORÍ-INÚ, QUE É A CABEÇA PESSOAL OU DIVINDADE POSSUÍDA POR CADA E TODAS AS PESSOAS E ORIXÁS, PORQUE TAMBÉM OS ORIXÁS TEM SEU ORI INDIVIDUAL, OU ORI INÚ.
O PODER E AUTORIDADE QUE ORÌ POSSUI VEM DA CRENÇA QUE ORI-ISESÉ É O CRIADOR DE TODAS AS DIVINDADES, E SOB AS ORDENS DE ORI ELES FORAM MANDADOS AS VÁRIAS LOCALIDADES AONDE SE TORNARAM RESPEITADOS. NA CRENÇA YORUBA, ORI É A RESIDÊNCIA DE CADA ESCOLHA DE REALIZAÇÃO NA FORMA EM QUE LUTAM PARA ALCANÇAR SEU DESTINO. ALGUMAS VEZES É CHAMADA DE ORÍ-INÚ OU CABEÇA INTERNA OU DESTINO. HÁ TAMBÉM UM ORI ODE OU CABEÇA FÍSICA, AONDE ORI INÚ RESIDE. O CONTRAPONTO DE ORÍ-INÚ NO ORÚN SERIA ORI ISESÉ. DEVIDO AS CIRCUNSTANCIAS DE SUA CRIAÇÃO, TODOS OS ÒRÌSÀS TEM DE PRESTAR HOMENAGEM A ORI. TODAS AS CABEÇAS FEITAS NO CULTO OU DEVOTAS TÊM DE TOCAR A TERRA COM A TESTA COMO UM ATO DE RESPEITO AO PRIMEIRO ORI. NO NASCIMENTO (PARTO), A CABEÇA FÍSICA OU ORI ODE VEM PRIMEIRO, ENQUANTO O RESTO DO CORPO A SEGUE, O QUE AUMENTA MAIS SUA RELAÇÃO COM ORI-INU, QUE TAMBÉM É O PRIMEIRO A SER CRIADO E O ÚNICO DETERMINANTE DO DESTINO DO HOMEM NA TERRA.
DEVIDO A ISTO, A CABEÇA FÍSICA É TRATADA COM MUITO RESPEITO E PROPICIADA COMO ORI-INÚ, SEU CONTRAPONTO ESPIRITUAL, RESULTANDO NA PRIMEIRA SERVIR COMUMENTE COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO COM A OUTRA.
O ORI DE UMA PESSOA É TÃO IMPORTANTE QUE DEVE SER PROPICIADO FREQUENTEMENTE E SUA AJUDA É NECESSÁRIA ANTES DE INICIAR QUALQUER ATO, E ISTO É FEITO ATRAVÉS DO EBORÍ (BORI).
OFUN-RETE
WEREWERI NO CÉU...
OWEWÉ, AQUELE QUE LIMPA A POBREZA COM PERFEIÇÃO. FOI VISTO NO JOGO PARA SOMENTE UM ORI E TAMBÉM PARA QUATROCENTOS E UMA DIVINDADES CELESTIAIS QUEM IRIA A OLORUN O CRIADOR-CHEFE PARA TENTAR ABRIR O OBI DO AXÉ. OGBON, SABEDORIA, OS DIRIGIU PARA FAZEREM O SACRIFÍCIO... QUATROCENTOS E UMA DIVINDADES DESOBEDECERAM SUA ORDEM. SOMENTE ORI OBEDECEU, E SEU SACRIFÍCIO FOI ACEITO. QUAL ERA A ORDEM DADA POR OGBON? ELES TINHAM DE ACORDAR AO AMANHECER E LOUVAR O SUPREMO CRIADOR. TODOS OS ORIXÁS PERDERAM A HORA. SOMENTE ORI ACORDOU, E SE ATIROU AO CHÃO EM HOMENAGEM A OLORUN. DEPOIS DISTO TODOS OS ORIXÁS FORAM A DEUS, O CRIADOR-CHEFE, E PEDIRAM A OGBON PARA APRESENTAR O OBI DE AUTORIDADE. TODOS TENTARAM, MAS NÃO CONSEGUIRAM ABRI-LO. SOMENTE ORI CONSEGUIU PORQUE TINHA FEITO O SACRIFÍCIO (EBÓ), E DIVIDINDO O OBI, ELE OBTEVE AS RESPOSTAS (JOGOU, ADIVINHOU). A RESPOSTA FOI FAVORÁVEL E UMA ALTA LOUVAÇÃO OCORREU. HOUVE GRANDE EXCITAÇÃO E JÚBILO NOS CÉUS. O LUGAR MAIS ALTO E CENTRAL, APERE, DAÍ PASSOU A POR DIREITO PERTENCER A ORI. QUANDO ORI SE SENTOU, OS OUTROS ORIXÁS, CHEIOS DE INVEJA, CONSPIRARAM PARA DESTRONA-LO. ÒRÌSÀNLÁ FOI O PRIMEIRO A DESAFIAR SUA AUTORIDADE. ORÌ O PÔS NO CHÃO E EM AJALAMO, AONDE OS DESTINOS SÃO MOLDADOS. EM AJALAMO, ORISHANLÁ SE TORNOU O ESPECIALISTA ESCULTOR DOS DESTINOS.
ORÌ CRIOU IFÁ, E IFÁ SE TORNOU UM ESPECIALISTA EM IKIN. ORÌ CRIOU AMAKISI NO LESTE, AONDE A LUZ MATINAL SURGE NA TERRA. ORÌ CONQUISTOU TODOS OS ORIXÁS E OS CRIOU AONDE ELES SÃO HOJE REVERENCIADOS.
AO ACORDAR, EU HOMENAGEIO OLORUN. DEIXE TODAS AS COISAS BOAS VIREM A MIM. MEU ORI ME DEU VIDA. DE-ME O PODER DE ULTRAPASSAR A MORTALIDADE E EU NÃO MORREREI. DEIXE TODAS AS COISAS BOAS PERTENCEREM A MIM, COMO A LUZ PERTENCE A AMAKISI.
ORÌ É IMPORTANTE PORQUE É O QUE ESCOLHEMOS NO ORUN PARA NOS ACOMPANHAR NESTE MUNDO PARA ATINGIRMOS NOSSO DESTINO. ORI É O QUE NOS DÁ A OPORTUNIDADE DE FAZER ESCOLHAS. MESMO ANTES DO ORIXÁ, HÁ O ORI QUE NOS DIRECIONA E NADA PODE SE MANIFESTAR SE NÃO FIZERMOS UMA ESCOLHA. Ë ORI QUE NOS LEVA DE VOLTA AO ORIXÁ. SE OLHARMOS O TERMO ORI (SA) É A COROAÇÃO DA CABEÇA QUE A ISTO SE REFERE. É A COROAÇÃO DO ORI DAS DIVINDADES QUE OS TORNAM ORISA. TODOS ELES ESCOLHEM SEU DESTINO. E ESTA ESCOLHA É SEU ORI. NÃO HÁ NADA QUE POSSA ACONTECER SEM FAZERMOS UMA ESCOLHA OU SAUDARMOS ORI. POR ISTO É QUE ORI VEM PRIMEIRO, PORQUE NOS LEVA A OLODUMARE (OLORUN). ORI É A "LIGAÇÃO DIRETA" COM OLODUMARE. LIGAÇÃO COM A FORÇA CHAMADA ELEDÁ, ENERGIA INCONDICIONAL, O PENSAMENTO DE OLORUN QUE TODOS TEMOS DENTRO DE NÓS. É POR ISTO QUE É DITO QUANDO SAUDAMOS NOSSAS CABEÇAS QUE ESTAMOS SAUDANDO ELEDÁ, PORQUE ISTO É FEITO ATRAVÉS DE NOSSO ORI.
IWA LÉWA
AGORA A IMPORTÂNCIA DE ORÌ VEM DE IWA (LÉWA) QUE SIGNIFICA "CARÁTER É BELEZA". É ATRAVÉS DESTAS ESCOLHAS QUE FAZEMOS QUE SOMOS CAPAZES DE SER VISTOS COMO ALGO BELO, E ESTAS ESCOLHAS SÃO ACOMPANHADAS DO DESTINO. É ATRAVÉS DESTAS ESCOLHAS QUE NOSSO CARÁTER É MOLDADO. É INTERESSANTE QUE IWA-CARÁTER E IWA-DESTINO SÃO BASICAMENTE A MESMA PALAVRA. NÓS NÃO CONSEGUIREMOS ALCANÇAR NOSSO DESTINO A NÃO SER QUE DESENVOLVAMOS BOM CARÁTER. E SE DURANTE A NOSSA VIDA NO MERCADO DO MUNDO NÓS DESENVOLVERMOS UM BOM CARÁTER MORAL, NÓS CONSEGUIREMOS A COROA DO ÒRÌSÀ.
HÁ UMA OUTRA ENTIDADE QUE EXISTE COM ORI. QUANDO ORI ANDA CONOSCO PELO MUNDO, HÁ ENIKEJI, NOSSO GÊMEO ESPIRITUAL, QUE SE MANTÉM EM ESPIRITO PARA NOS LEMBRAR DO NOSSO DESTINO ESCOLHIDO EM ILÈ ORÙN. QUANDO FORMOS PARA CASA, POIS O MUNDO É O MERCADO, ORUN É NOSSA CASA, HAVERÁ UMA RECONEXÃO COM ENIKEJI PARA VER SE ALCANÇAMOS NOSSO DESTINO. TODOS OS ORI VEM DE ELEDÁ, OLORUN. TUDO VEM DAQUELE QUE DÁ VIDA - OLORÚN - E SE MANIFESTA COMO VIDA - OLODUMARE. CADA PESSOA, PEDRA, ÁRVORE, PUNHADO DE TERRA É COMPOSTO DE ODU E TEM UM ESPIRITO DE ELEDÁ EM SI, ORI OU ORO, O QUE HABITA DENTRO. TUDO VEM DA MESMA FONTE, NÃO DIFERENTES, EU POSSO VOLTAR COMO UM PÁSSARO, MAS AINDA COM ORI, O QUE ME DÁ A ESCOLHA NECESSÁRIA DE ALCANÇAR MEU DESTINO ESCOLHIDO. MAS AINDA ASSIM ORI VEM DE ELEDÁ. O CORPO DO PÁSSARO É SOMENTE A RESIDÊNCIA DO ESPÍRITO DO PÁSSARO, E O ESPÍRITO VEM DE OLODUMARE.
IGBÁ IWA, QUE É NOSSO CORPO QUE CONTEM O NOSSO CARÁTER, É SOMENTE A RESIDÊNCIA DO ESPÍRITO, INDEPENDENTE DE SUA FORMA FÍSICA. NÓS TEMOS A TENDÊNCIA DE NOS SEPARARMOS DESTE ESPÍRITO , E É O QUE NOS IMPEDE DE ALCANÇARMOS IWA PELE. KOTOPO-KELEBE ERA O APELIDO DE ORÌ ANTES DELE SE TORNAR A CABEÇA DE TODOS OS ÒRìSÀS. ESPECIFICAMENTE, O APERE DE ORÌ INDICA SUA VITÓRIA SOBRE AS OUTRAS DIVINDADES, E A ASCENSÃO DE ORÌ AO ALTO DA PONTA DO CONE DA EXISTÊNCIA, ISTO É A RAZÃO DE EXISTIR.
PARA SABER COMO ORÌ LIDOU COM TODAS AS AMEAÇAS DE OPOSIÇÃO DE SEUS RIVAIS E DITOU SEUS DESTINOS, É PERTINENTE PARA MOSTRAR O DUPLO SENTIDO MOSTRADO NO VERBO "DA" (VENCER OU CONQUISTAR OU CRIAR) USADO NO ODÙ EM ORÌ. NÓS TEMOS A NOÇÃO DE QUE EM PARA SER OU CRIAR ALGO, TEMOS DE SOBREPOR ALGUMA OPOSIÇÃO OU VENCER ALGUÉM. SEM LUTA, NÃO HÁ SUCESSO NA VIDA.
PORTANTO, NÓS VEMOS EM ODU IFÁ QUE ORI VENCEU (DA) ORISANLÁ NUM DUELO QUE LEVOU ORI A POSIÇÃO DE SUPREMA AUTORIDADE SOBRE SEUS PARES. O MAIS ALTO LUGAR, A POSIÇÃO DE AUTORIDADE CHAMADA APERE SE TORNOU O TRONO DE ORI. ORI FOI MAIS ADIANTE PARA PROVAR SUA SUPERIORIDADE SOBRE ORISANLÁ DANDO A ELE UM LUGAR PERMANENTE CHAMADO OKE-ALAMOLEKE EM ODE IRANJÉ, E UMA FUNÇÃO ESPECÍFICA EM AJALAMO, AMBOS SOBRE O CONTROLE DE ORI. AJALAMO É UM LUGAR MUITO INTERESSANTE EM IFÉ, É UM LUGAR EM QUE UM VAI EM ESPÍRITO PARA ESCOLHER SEU ORI. E A PESSOA DESIGNADA A ESTE LUGAR É CHAMADA DE AJALAMOPIN, O MOLDADOR DE ORI OU CABEÇAS, E ORISANLÁ CUIDA DE MOLDAR OS CORPOS.
HÁ OUTRO EM AJALAMO QUE NÃO É MENCIONADO, CONHECIDO PELO NOME DE KORI, O MOLDADOR DOS ESPÍRITOS DE CRIANÇAS. ORI É AQUELE COM AXÉ QUE NOS FAZ TÊ-LO. É TÃO PODEROSO QUE ATÉ IFÁ TEM DE SE SUBMETER A SUA VONTADE. ORI VENCEU TODOS OS ORIXÁS E FOI O ÚNICO CAPAZ DE ABRIR O OBI DO AXÉ. VONTADE DITA COMO AS COISAS ACONTECEM EM NOSSA VIDA, SE DEIXARMOS ORI PARA TRÁS, NÓS PERDEMOS O DIREITO DE RECLAMAR SOBRE NOSSA SITUAÇÃO. NINGUÉM PODE APRISIONAR NOSSA MENTE, MAS SÓ NÓS PODEMOS. ESCRAVIDÃO É UMA ARMADILHA MENTAL E QUANDO NÓS DEIXAMOS DE LADO NOSSO DIREITO A LIBERDADE, NÓS NOS MANTEMOS ESCRAVOS.
PARA OBTER O PODER DA VONTADE DE MUDAR, PRIMEIRO TEMOS DE TER VONTADE. A MAIORIA DAS PESSOAS ACEITA AS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS, E NÃO QUEREM MUDAR. NÓS TEMOS DE TER VONTADE DE SERMOS UM COM OLODUMARE. ORI NOS LEVA DIRETAMENTE A IWA, QUE CONTEM A PALAVRA CARÁTER. PARA O YORUBAS IWA NÃO QUER DIZER CUMPRIR AS DIRETIVAS DE OLODUMARE, QUE TAMBÉM É CHAMADO DE OBÁ MIMÓ, OBA PIPÉ, SIGNIFICANDO "O REI PURO OU O REI PERFEITO", OU ALALÁ FUNFUN OKÉ, "AQUELE DE BRANCO QUE HABITA NO ALTO".
É ESTA FORÇA QUE DISPERSA QUE É CHAMADO IFÁ IYÀ, OU O ORÁCULO DO CORAÇÃO. OS ORÁCULOS DO CORAÇÃO SÃO AS DIRETIVAS OU ORDENS DE OLODUMARE, AQUILO QUE É O CERTO OU ERRADO, QUE LEVA A CUMPRIR OU NÃO, O DESTINO. TODOS NÓS SABEMOS O QUE É O CERTO PORQUE ISTO TAMBÉM FOI DADO COM O SOPRO DE OLODUMARE QUE PÔS EM NÓS. É O ORÁCULO DO CORAÇÃO QUE NOS GUIA E DETERMINA NOSSA VIDA ÉTICA. O ORÁCULO DO CORAÇÃO É A CONSCIÊNCIA DA PESSOA. AS LEIS DE OLODUMARE ESTÃO ESCRITAS NO CORAÇÃO.
JE ÈWO SIGNIFICA "COMER O QUE É TABU" OU "FAZER O QUE É PROIBIDO" E GBIGBA ÈWO SIGNIFICA "RECEBER O TABU" OU "FAZER O CERTO" (CUMPRIR O PRECEITO). ESTA É UMA DAS MANEIRAS QUE UM É RECONHECIDO, NO DESENVOLVIMENTO DE IWA. MAS ANTES MESMO DE VIRMOS PARA ESTE MUNDO, NÓS APRENDEMOS E RECEBEMOS DIRETIVAS ENQUANTO ESPÍRITOS, E ISTO É O QUE NÓS CHAMAMOS DE INSTINTOS, OU DEJA VU, A MEMÓRIA DE ORI.
AS LEIS DOS HOMENS SÃO FEITAS PARA CONTROLAR E TIRAR AS ESCOLHAS. OLODUMARE DIZ QUE CADA UM DE NÓS TEM ESCOLHA E QUE HÁ UMA PUNIÇÃO DIVINA. NÓS TEMOS A OPORTUNIDADE DE ESCOLHER A DIREÇÃO EM QUE QUEREMOS IR, MAS TEMOS DE REALIZAR QUE TODAS AS DÍVIDAS DEVERÃO SER PAGAS. É MUITO IMPORTANTE QUE NÓS MESMOS ESCOLHEMOS NOSSA PRÓPRIA DIREÇÃO PARA DESENVOLVER IWA, POR QUE ISTO DETERMINARA O SUCESSO OU INSUCESSO DE ALCANÇARMOS NOSSO DESTINO. A COROAÇÃO FINAL DO NOSSO ORI.
DE ACORDO COM UM DOS VERSOS DE OGUNDA MEJI, ORUNMILA REUNIU TODOS OS ORIXÁS E PERGUNTOU QUAL DELES ACOMPANHARIA SEUS DEVOTOS NUMA VIAGEM DISTANTE ATRAVÉS DO OCEANO SEM DESERTA-LOS EM NENHUM LUGAR. SÁNGÒ, O DEUS DO TROVÃO E O MAIS CORAJOSO, RESPONDEU QUE ELE IRIA COM SEUS DEVOTOS PARA QUALQUER LUGAR SEM OLHAR PARA TRÁS. ORUNMILA CONVENCEU XANGO QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA CORRETA, E UM POR UM ELE CONVENCEU CADA UM DOS ORIXÁS QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA A SUA PERGUNTA. ELES IMPLORARAM A ORUNMILÁ PARA REVELAR A RESPOSTA CORRETA, A QUAL ORUNMILA RESPONDEU QUE SOMENTE ORI, A DIVINDADE PESSOAL DE CADA UM, PODE NOS ACOMPANHAR ATÉ O LUGAR MAIS LONGÍNQUO DO MUNDO SEM VOLTAR ATRAS. DAÍ, ELE RECITOU:
"SOMENTE ORÌ PODE ACOMPANHAR O SEU DEVOTO A QUALQUER LUGAR SEM RETORNAR, SE EU TENHO DINHEIRO, É O MEU ORÌ QUE EU AGRADEÇO. MEU ORÌ, É VOCÊ. SE EU TENHO FILHOS, É O MEU ORÌ QUE EU VOU CULTUAR. MEU ORÌ, É VOCÊ. POR TODAS AS COISAS BOAS QUE EU TENHO NA TERRA, É O MEU ORÌ QUE EU CULTUO. MEU ORÌ, É VOCÊ. ÀSÉ O. IRE O”.
Um Itán Orì
Um dia, Olorun chamou os 401 Irúnmale para transmitir o Àse do destino a cada um deles. Todos os Òrìsàs queriam o Àse e foram procurar seus adivinhos para saber como fazer. Então foi recomendado que ao levantar, antes do sol nascer, cada um deveria oferecer um Obí e com ele jogar. O único que conseguiu acordar antes do sol nascer foi Ori, e fez o que havia sido prescrito. Os outros Òrìsàs só conseguiram acordar depois que o sol havia nascido. Nisso Ori já havia conseguido ir com Olorun aprender a manipular o destino. Os outros Òrìsàs ficaram inconformados e foram procurar Eledunmare. Eledunmare concordou em transmitir Àse também aos outros Òrìsàs. Então chamou Ori e juntos transmitiram Àse aos Òrìsàs.
A Sàngo ficou o domínio dos Raios e ventos, A Oyá Tempestades, Raios e ventos, A Osun a fertilidade, as águas, a riqueza, A Ogun o domínio das guerras, da caça, dos metais e dos caminhos, etc... Ficou assim Ori o único Òrìsà detentor de todos os Àses e inclusive do destino, tornou-se assim o Òrìsà mais importante, inclusive em relação com os outros Òrìsàs. Ori transmitiu seu Àse às cabeças dos 400 Irunmale, e neste momento, tornou os mesmos em estado especial onde foram cultuados como Òrìsàs e assim é até hoje. Ori é assim um Òrìsà importantíssimo, Òrìsà primeiro, e é o primeiro Òrìsà que deve ser cultuado. Cada ser humano tem seu Ori, porém os Òrìsàs também possuem seu Ori, sendo assim primeiro cultuamos nosso Ori, depois o Ori de nossos Òrìsàs, e só a partir daí cultuaremos o Àse de nossos Òrìsàs.
Ajala é o Òrìsà que modela o Ori de cada ser. É com Ajala que escolhemos nosso Ori, porém muitas vezes Ajala modela um Ori como ele mesmo deseja.
Haviam 3 amigos: Oriseku que era filho Òrìsà Ògún, Orileemere que era filho Òrìsà Ija e Afuwape que era filho de Orunmila. Oriseku, Orileemere e Afuwape viviam no Orun e foram procurar um adivinho, pois nada dava certo e disseram ao adivinho que queriam vir para o Àiyé para que tivessem mais sorte. Então o adivinho recomendou que fossem a casa de Ajalá, a procura de um Ori, porém no caminho encontrariam a casa de seus pais, mas não deveriam parar. Então iniciaram a jornada. Muitos dias eles andaram até que encontraram no caminho um homem velho que socava inhame com pilão, fazendo iyan. Orileemere recomendou aos dois amigos que perguntassem ao velho homem se estavam no caminho certo e se faltava muito à chegar a Casa de Ajalá, todos concordaram e se aproximaram do velho homem, e perguntaram a ele o que deveriam fazer, o velho homem disse que só poderia ajudar depois que acabasse de pilar todo Iyan. Então os 3 amigos pegaram mãos de pilão e começaram a ajudar o velho homem
E ficaram por 3 dias, até acabar todo o Iyan, aí perguntaram novamente ao velho homem, e o mesmo respondeu que deveriam andar muitos dias ainda, até encontrar a casa de Ajalá, porém encontrariam antes a casa de Onibode, porteiro da casa de Ajalá. E recomeçaram a jornada, e muitos dias andaram, nisso Oriseku ouviu o barulho de forja e quis ver seu pai, porém os dois amigos o lembraram das prescrições do adivinho e continuaram a andar.
E andaram muitos dias, foi quando Orileemere ouviu a voz de seu pai, e quis ter com ele, e os dois amigos relembraram da prescrição do adivinho. E recomeçaram a jornada, e muitos dias andaram, foi quando Afuwape ouviu o som do Iroki de seu pai, voltou-se para os amigos e disse, não sabemos se estamos no caminho certo, devemos ir visitar meu pai Orunmila e lhe pedir para consultar Ifá.
Todos concordaram, Orunmila ficou feliz com a visita dos amigos e de seu filho, e ouviu com atenção o pedido dos 3. Foi consultar o Oráculo pedindo tudo de bom ao filho. Então o jogo recomendou ao filho que fizesse um Ebo com sal e muitos búzios, entre outros materiais, porém que conservasse consigo sal e búzios. E Afuwape o fez e resolveu ficar com seu pai. Oriseku e Orileemere continuaram, e dentro de poucos dias estavam diante da casa de Ajalá. Dentro da casa de Ajalá, fazia muito barulho, e ouviram dizer que Ajalá não estava e perguntaram o que queriam de Ajalá. Os dois amigos disseram que vieram para pedir a Ajala um Ori, para poderem viver no àiyé. E responderam que se fosse isso eles podiam entrar e escolher seus Oris. Ambos entraram na casa e escolheram dois Oris, um escolheu um Ori bem grande outro bem novo, e continuaram sua jornada rumo ao Àiyé. Porém na divisa do Orun e do àiyé chovia muito, nisso o Ori Grande rachou, e o Ori novo deformou-se pois não havia secado o suficiente. E começaram a viver no àiyé, porém nada dava certo.
Nisso Afuwape resolveu sair da casa de Orùnmila e ir a casa de Ajalá em busca de seu Ori. Andou um pouco e encontrou no caminho Olobe (cozinheiro), Afuwape parou para perguntar-lhe se estava no caminho certo, nisso viu Olobe temperando a comida com cinza e não com sal e perguntou a Olobe porque fazia isso, e Olobe respondeu e temperava assim. Afuwape tirou um saquinho de sal da cintura, pediu licença à Olobe e temperou um pouco da comida e deu à Olobe experimentar. Quando Olobe provou adorou e Afuwape deu de presente, os dois sacos d4 sal que trazia por recomendação de Ifá. Olobe muito contente com o presente, e em agradecimento ensinou a Afuwape como deveria proceder para chegar a casa de Ajalá e escolher um bom Ori. Recomendou que não deveria deixar de bater no Ibodi (portão, entrada) de Onibode, e perguntar ao mesmo onde fica a casa de Ajalá, e dizer a ele o que pretendia e que gostaria de receber um Ori bom. E assim fez Afuwape, bateu a porta de Onibode e explicou-lhe o que pretendia e que gostaria de receber um bom Ori
Onibode disse, você está ouvindo estes barulhos na casa de Ajalá? Por esta razão você não deve entrar agora. E Afuwape perguntou o porque? E Onibode explicou que este ruído era porque Ajalá estava se escondendo no forro da casa, porque estava devendo a um credor e não tinha dinheiro para paga-lo. Onibode virou-se para Afuwape e recomendou que fosse lá pagar a dívida de Ajalá. Afuwape foi e encontrou o credor e perguntou em quanto era a dívida de Ajalá, e o credor respondeu que era de 12.000 búzios. Afuwape abriu sua bolsa e retirou os búzios que Ifá lhe recomendou que levasse consigo. Contou e tinham exatamente 12.000 búzios e pagou a dívida de Ajalá e o credor se retirou. Ajalá desceu do forro quando viu o credor indo embora, e encontrou Afuwape que lhe comunicou que havia quitado sua dívida. Ajalá perguntou a Afuwape o que ele queria e ele explicou toda sua história.
Ajalá pegou um pedaço de ferro e começou a bater nos Oris que havia confeccionado, nisso os Oris mais frágeis se racharam, lascaram ou se deformaram, até que bateu em um Ori resistente e perfeito e o entregou a Afuwape. Afuwape pegou seu Ori e começou sua jornada em sentido ao Àiyé. Ele como seus dois amigos pegou chuva, mas ao seu Ori nada aconteceu, e a vida de Afuwape prosperou. Muito tempo se passou e Afuwape reencontrou seus dois amigos. Oriseku e Orileemere perguntaram a Afuwape porque na vida deles, nada dava certo. Então Afuwape respondeu que eles não sabiam da importância de Ajalá e de Ori. Nós três saímos do Orun e fomos à procura de nossos Oris, e o encontramos no mesmo lugar. O que diferencia meu Ori a de vocês é Kadara.
Segundo o pensamento da Cultura Yorùbá, o homem é constituído pelos seguintes princípios vitais: ARA - corpo físico; ÒJÌJI - Essência Espiritual; OKÁN - literal "coração" com profunda relação com o èjè (sangue), sede do pensamento intuitivo e fonte originária de todas as ações; ÈMÍ - sopro Divino, intimamente ligado a "respiração". Quando uma pessoa morre se diz que Èmí foi embora. ORÍ - literal "cabeça", abriga Orí Inú, a Consciência, responsável pelo destino pessoal, pelas oportunidades e dificuldades existenciais.
Orí é a mais importante Divindade dessa constituição do Ser, visto que, por maior que possa ser o empenho das outras Divindades em tentar fortalecer o Ser, tudo dependerá de ser sancionado por Orí. Única Divindade que vem do Òrun para o Àiyé junto com o Ser e com ele fará a viagem do retorno. Orí Inú já existia antes do nascimento do Ser no Àiyé, podendo ser comparado a palavra "alma" ou "espírito", segundo nos relata um destes èsé Ìtòn Odù Ifá que compõe o Odù Ògúndá Méjì nos informando que Orí é a única Divindade que acompanhará o Ser no além túmulo.
Todos nascem com um "destino" a realizar, mas isso não quer dizer que sejamos um "joguete" nas mãos das forças que "determinam" radicalmente os acontecimentos a serem vividos no Àiyé (no Mundo). O Ser tem o poder de decidir pelo rumo dos acontecimentos da sua própria vida, principalmente de modo responsável do seu desenrolar, ampliando sua consciência e conhecimentos, desenvolvendo e disciplinado sua vontade, um dito popular Yorùbá diz: "A consciência da própria responsabilidade exigirá a disciplina da vontade".
Ifá diz que: "As realizações fundamentais da existência dependem não apenas de inclinações naturais ou da sorte, mas também dos esforços pessoais que, aliados a força do destino (Odù), promovem o desenvolvimento do "Homem forte", rico em saúde, genitor de prole numerosa e possuidor de respeitáveis recursos materiais.
fonte:( Bàbálàwó Fabunmi Sowunmi)